domingo, 4 de outubro de 2015

Pensava na morte...

Pensava na morte como um certo alívio de antemão. Estava morto, o que mais poderia fazer? Seria a morte uma espécie de morfina, cessa tudo, é um silêncio infinito, é um não sentir, um não respirar, um não pensar. E já não se tem obrigação de fazer mais nada senão esperar que alguma alma boa lhe traga flores, ou quem sabe, algumas preces. Estranho pensar nesse fato, não é mesmo? O não existir consome nossos miolos, uma sensação de imensidão é tomada no peito. Hoje estou aqui, amanhã já posso não estar mais. E ao longo desses anos sofridos a gente se limita muito, se esconde, finge que nada vai acontecer de importante para eu poder sair de casa. Mas fazer tudo e não fazer nada não importará tanto assim no final, importará? Se você amou algo, não poderá levar junto, se você realizou seu sonho não há ninguém para contar, se bebeu demais sua sede cessaria. Tudo era uma grande farsa, tudo sempre fora uma grande merda.

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